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quinta-feira, 19 de setembro de 2013


Por favor, não goste de mim. Nem muito, nem pouco. Não goste.
Acho que nunca te pedi nada e isso é uma coisa que talvez eu venha a exigir. Não vale a pena quebrar seu coração por alguém que nem sequer tem um.
Eu não sei se tudo vai ficar bem, mas é que eu já passei por tantas outras situações semelhantes que até imagino o resultado. Nessa dezena eu já fui cartela cheia. Nessa quina eu já zerei a pontuação. 
Não havia números da sorte no meu jogo.
Eu sempre quis fazer amizades com facilidade e o azar foi o primeiro a corresponder. Desde então nós caminhamos juntos. E logo depois veio você, vieram tantos outros – e continuam vindo, mas eu não sei direito se eu posso ficar para um segundo drink. E eu nem sei se terei sede para tanto.
E, por isso, assim que eu fizer o pedido ao garçom farei outro a você: “Não goste de mim”. Não segure a minha mão quando eu quiser me levantar para ir embora. Não olhe como quem quisesse oferecer mais do que poucas horas de um novo encontro. Não me encontre. Não tente ver meus olhos entre os protocolos de despedida.
Eu gostei de ter você ali, naquele dia e acho que foi um momento único pra mim. Quando você ouvir alguém comentar que “beleza encanta, mas conteúdo é o que realmente impressiona”, acredite.
Eu saí de lá encanta e impressionada e você foi surpreendente o suficiente para eu acreditar que não devia mais ir pra nenhum outro lugar. Mas acontece que eu precisei ir embora de novo. Talvez a dialética tenha me tirado um pouco da trilha do senso comum. Há outras 7 bilhões de pessoas no mundo, você nunca estará só.
E se você me ver por aí, fale comigo. Mas não fale naquele tom que sempre me deixa meio inconformada por ser assim...tão sem sal pelo romantismo.
Não deixe de gostar da minha independência, só deixe de gostar da ideia de me tirar dela.

@gi_cabral pensa que escreve quando na verdade já escreveu.


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