Quando eu
tinha uns 10 anos, ou doze, ou qualquer outro número que não me lembro agora, tive uma paixão avassaladora pela revista “Recreio”. Era uma publicação para o público
infanto-juvenil muito atraente por motivos de: tinha vários brindes nas
edições. Bonecos articulados,
miniaturas, adesivos (que eu adorava), fichários com encartes para completá-los
e enfim, mini coleções.
E a revista
mensal não era lá muito barata, mas vez ou outra eu ia buscar na banca. Até que chegou o dia que “avistei” o anúncio dos
livros da Recreio. Eram livros bem fininhos da coleção “De olho no mundo”, mas
cada um vinha com um assunto diferente. E mesmo empenhando regularidade pra composição
da coleção de 20 livros, eu nunca tive todas as edições. Acredito que tenha me
faltado 5 ou 6 livros e eu nunca consegui encontrá-los nem nas bancas, nem nos
sebos.
Vez ou outra,
quando eu os consultava para as aulas, sentia falta dos livros que eu não tinha,
como se eu não tivesse feito o suficiente para ter todos os exemplares. Mas
mesmo assim eu cuidava demais das edições que tinha em casa, pesquisava através
deles e gostava muito porque era bem simplificado, direto e, como toda criança
gosta, colorido.
Até que um
dia você acorda e saiu do ensino fundamental, os livros do ensino médio são
maiores e mais complexos, e a coleção (ou quase coleção) vai para o fundo do
armário.
Os adesivos,
brinquedos, miniaturas foram se perdendo no caminho da vida, mas os livros
ficavam lá. Ficavam...
Mas acontece
que só completamos de verdade uma coleção quando sabemos exatamente qual o
propósito dela. Nesse caso específico, a quantidade, aquele compromisso de
fazer as contas baterem exatas, não tinha importância. A qualidade do conteúdo
que fazia sentido. Foi numa dessas que vi
um anúncio de uma galera muito engajada aqui da minha cidade, a fim de montar
uma biblioteca para uma entidade que cuida de crianças. Ao saber disso, corri
nos armários pra ver se eu tinha alguma coisa pra colaborar, e lá encontrei
esses livros da Recreio.
E foi ai que
eu quis completar a minha coleção definitivamente, dando a ela não outras
edições, mas sim outras mãos, outros olhos curiosos, outros pesquisadores e
admiradores dos gráficos coloridos. Estes sim estavam faltando na coleção.
E quem puder colaborar com o “Lar Santa Filomena”, as crianças vão
agradecer muito. Se você for capaz de ler esse texto e compreende-lo, significa que alguma coisa na
escola você aprendeu. Hora de ensinar quem ta vindo aí.
@gi_cabral lê e re-lê pra ter certeza.
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