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sexta-feira, 1 de março de 2013

Vamos falar de coisa boa? Pra quê, né?
Deixemos de lado o moralismo. Estou cansada de gente que não consegue acompanhar um raciocínio e por isso tem que inventar  uma série de ameaças gratuitas. O que eu trago aqui não tem nada de gratuito. Aliás, no final desse post você vai ser notificado de quanto vai ter que me pagar. Estamos fazendo a captação da sua retina desse exato momento... HEY não sai não, você já me deve 30$ centavos só por ter lido até esse parágrafo.

                                                      E contando...

Voltando a realidade.  Jovem, na postagem da semana passada eu disse que faria um texto sobre um desabafo “setorizado”, mas hoje vou preferir chamar de “local”.
Acontece que a gente só pode falar sobre um assunto quando o conhece bem, e eu vou arriscar falar mal da própria rotina e visão retrógrada da minha cidade pois nasci/vivo nela e é dela que eu quero receber um cartão postal quando tiver morando na Barra da Tijuca.
Presidente Prudente é uma cidade boa. Nem grande, nem pequena. Aqui você encontra de tudo, até gente de um olho só. Esta que é a capital do Oeste Paulista já foi conhecida pela pecuária e pelo comércio, mas em geral ela é uma cidade irrestritamente “Universitária”. Com uma Faculdade Estadual e mais três Particulares, a cidade fica abarrotada de estudantes o ano todo, recebendo gente “de um olho só” mas com sotaques diferenciados. Isso aqui é normal.
Mas o problema desse crescimento é que, ao invés de receber boas referências e se tornar uma cidade modelo, ela simplesmente consegue retroagir os pensamentos dos visitantes. Porque será que ninguém aqui consegue fazer algo diferenciado e prefere viver a mesmice?

Nem adianta fazer cara feia.

Como exemplo bastante particular (ai que está a moral do setor que eu havia mencionado) vou citar a área de comunicação. De uns anos pra cá, de forma geral, o ambiente  redacional anda muito previsível.  Ousadia e alegria não estão em pauta, e nem deveriam, mas eu queria parafrasear o pagodeiro que também é prudentino.
Eu e o meu amigo também jornalista quem diria hein? Leandro Freire, estávamos conversando enquanto montávamos um post para enumerar as arbitrariedades cometidas pelos “focas” os recém-formados na profissão. E o fizemos porque notamos o comportamento de muitos há tempos.  E eu fico parecendo uma tia velha enquanto escrevo isso, observando o movimento e dizendo em voz alta “Falta paixão nas criança, vamo tê que colocá isso no feijão delas”. E falta mesmo. Falta tato.
O tato que eu disse é um jeito de ver a informação como algo que realmente valha ser noticiado. O cronograma tem que ser cumprido? Sim, mas também é preciso cumprir a meta de fazer diferença com o seu ofício. A facilidade dos meios te deu uma porção de caminhos, mas não eliminou o compromisso em ter que passar por alguns deles. O produtor da mensagem deve ser o primeiro impactado com a realidade. Aquela velha máxima de ter que ‘se colocar no lugar do outro’ é parâmetro. O deadline tem que ser cumprido, mas avacalhar com ele não ajuda você a cumprir o trabalho.

                                    Você se diverte com o que faz?

Comunicação é uma veia fatal por que só consegue resultado quem cria um. Não tem essa de achar de repente, você precisa construí-lo. E isso não se aprende sentado, muito menos esperando que alguém faça o trabalho por você ou ainda, que alguma teoria te ensine.
Quando eu vejo alguém, com as atitudes que comentamos no texto “5 coisas irritantes em recém-formados em jornalismo” eu acho que trabalho pra pessoa. Ela cria uma demanda pra mim que eu não tenho que ter, porque a visão da matéria não é minha. “Espera, publicaram no Facebook que precisam de alguém que tem olho. Hum, mas será que é olho claro e teve problemas com claridade, será que é só pra algum oftalmologista dar um parecer sobre cuidados com a pálpebra, ou será que é olho que usa colírio, ou que usou óculos e parou?” Vocês entenderam? O repórter que faz uma matéria precisa ter domínio sobre ela, sobre o texto dela, não dá pra jogar essa responsabilidade nos ombros de uma pessoa que não conhece o seu foco.
E foco é uma coisa que rega a comunicação e a mensagem. Desculpa ter que falar disso, mas infelizmente, o foco local está muito comprometido.
Façam por onde, ainda dá tempo.

@gi_cabral é Jornalista e por isso ganha pouco, mas ama o que faz e amor é de graça. Falando em ganhar, você pode fazer um depósito pela manutenção do blog clicando aqui...PERA.

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