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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Parece uma Lei universal. Ao nascer, além da certidão de nascimento, o rebento ganha também um time para chamar de seu. Isso pode ser motivado pelo pai, avô, irmão mais velho, padrinho ou até mesmo pelo tio do pavê. O importante é que antes do primeiro mês de vida, o novo habitante do planeta ganha um macacão com um brasão estampado. Depois de uns 10 anos todos (menos o tio do pavê) começam a sentir vergonha dos álbuns de família. É...já passamos por isso.

                                            Vergonha alheia: trabalhamos!

Na maior parte dessas histórias, que se renovam a cada dia com o nascimento de novos condenados, a paixão/amor pelo time por imposição acaba virando verdade absoluta. Com o convívio num ambiente dominado pelo futebol e o acompanhamento das primeiras partidas, as crianças costumam dar aquele retorno do investimento dos pais, seguindo o time por onde quer que ele vá.
Na minha casa não foi diferente. Boa parte de vocês não tem ideia do que é crescer num lar tomado por Corinthianos. Tem alguma coisa diferente no sangue desses torcedores. Eles não aceitam nada como argumento e colocam o time num pedestal tão alto, que pra tirar de lá, só mudando de familia. E ninguém quer isso certo? Mas como boa parte da vida eu passei com meus avós, eles deram uma condensada nesse efeito, caso contrário poderia ser devastador para o meu psicológico. Meus avós eram corinthianos, mas mamãe é insuportavelmente corinthiana. Ela é tão tomada por esse amor que resultou num segundo casamento com o mais corinthiano dos seres humanos. Meu padrasto chega a traumatizar de tão absurdo e escalafobético fascínio pelo time. Isso me rendeu irmãos igualmente fanáticos e uma teoria de que casar com corinthiano é furada.
Na infância eu era corinthiana por osmose. O gás pela torcida nunca foi emocionante, mas em 2005 o time estava numa fase muito boa, tinha recém contratado o argentino lindo (só que não) Carlito Tevez e ele fez uma revolução tão grande por aqui que a vontade pareceu renascer.

                      Eterno protagonista do chocolate conta o Santos 7x1 bonito!

Mas eu notei que ainda faltava muito pra eu ficar ali, parada me preocupando com o resultado daquele time. Eu sempre fui meio do-contra  e até a Seleção brasileira me incomodava. Pouco antes da " Era Tevez" eu havia me deparado com a Seleção Italiana e com o melhor e mais gato goleiro do mundo Gianluigi Buffon. Isso mudou alguma coisa aqui dentro contrações ventriculares prematuras. Tudo bem que as intenções com ele não era lá muito esportivas, mas eram verdadeiras. Para gostar de alguma coisa e principalmente para amar, é preciso antes admirar e eu nunca havia sentido tanta admiração por um time como senti pela Azzurra.Tomar outro uniforme para si, faz com que as pessoas apontem o dedo na sua cara, mas o livre arbítrio é a salvaguarda dos que optam pela escolha. Eu fiz assim e frio na barriga só com a Felicidade Azul em campo. INEVITÁVEL!
O Corinthians sempre foi grande. As torcidas apaixonadas são intensas e isso é inflamável no Timão. É sem dúvida o time mais apunhalado por comentários com alto grau de maldade gratuita e mesmo assim parece não se importar. Passou pelo Tevez, pelo Kia, Tolima, Ronaldo, Centenário e pelo SEM TE NADA e ainda assim foi em frente. Libertadores? Ah, a velha cobrança foi paga ontem, 04 de Julho de 2012, preview do fim do mundo. E aquele bando de torcedores não choravam só pela conquista de um título. Choravam também pela felicidade em responder aquele nego loco que costumada tirar onda da gambazada. Sério, esses caras devem estar insuportáveis hoje.

                                 Aqui tem um bando de loucos. Alguém duvida?

E no mais, gostaria de deixar meu efusivo cumprimento aos nobres corinthianos que já partiram desta para uma melhor e não puderam acompanhar esse título: Sócrates, Ayrton Senna, ao Perê o pedreiro offline mais querido do prédio e ao meu avô, que me deixou essa medalha do time que ele herdou do pai dele, de 1910 (ano de fundação) nem âncora tinha no brasão. Eles poderiam ter ficado, ia ter bolo!

                             Teu passado é uma bandeira, teu presente é uma emoção.

@gi_cabral já foi corinthiana de fachada, não gosta de ser marcada em fotos do Corinthians do FEIÇIBUQUI  e prefere gritar "Salta com noi Gigi" ao invés de "Aqui é Curintia porra".

2 comentários:

  1. Ok, eu respeito :) O título foi merecido, a única coisa que me incomoda são os "torcedores de época" que insistem em me ligar e encher o saco. Gente, eu não falo com ngm, brinco apenas com quem é próximo, enfim... nasci numa família corinthiana, tenho fotos de criança tbm com a camisa do corinthians, mas ao crescer a paixão da minha família não era a mesma pra mim, o que eu sentia. Fui sentir a paixão e o arrepio pelo maior rival, sou Palmeirense...daí, segue a linha "casamento de romeu e julieta". Mas tudo se torna mais divertido, as brincadeiras, zuações...sempre de maneira saudável. Sou a favor de esporte assim. Belo texto, como sempre.

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  2. Na verdade o título não é uma dúvida, é só um chamariz para evidenciar o "bando de loucos". Agora que conheci não troco a Squadra por nada! hehe Nós passamos pela mesma situação Ferzita, nascemos numa família corinthiana e depois de um tempo notamos que faltava alguma coisa em campo. Você foi para o rival, eu fui buscar isso fora. Independente da maneira, nós fomos buscar o frio na barriga, aquele mesmo que nos dá a sensação de vitória mesmo sem ganhar, de deixar tudo de lado pra acompanhar um jogo, de gritar e não se importar com o volume da bagunça. Obrigada pelo comentário, adoro sua parceria de sempre! ;)

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