Sempre fico muito receosa mentira nessa época do ano. É o mês em que, costumeiramente, ocorre a Semana de
Comunicação da Faculdade em que tento me formar.
Não tem biscoito!
Pra quem estuda lá, não cabe estranheza
nesse início de parágrafo. Já quem é de fora deve olhar e pensar que não gosto
muito de interação. Hey, vocês estão errados. Na realidade eu não gosto muito
quando só um lado pode se manifestar. É difícil conviver com uma interação de
mão única.
Semana de comunicação pra mim é uma
galhofada. Tenho muitas chances de ser apedrejada por essa declaração, mas veja
bem: o “esquema tático” de organização nunca é a favor do estudante. E na
verdade, depois de passar por algumas, acredito que muitos alunos mereçam esse suco de laranjada mecânica garganta abaixo.
Quando integro a platéia desse tipo de
evento, a única coisa que passa pela minha cabeça é que me instalei no lugar
errado. Tenho um sério problema com palestras and palestrantes. Vocês já devem estar cansados de me ouvir falar
isso, e o pior, me ouvir falar disso DURANTE as palestras.
Mas
eu tenho desconfiometro. Acho que não
chego a atrapalhar fulminantemente a intenção se alguém em acompanhar a
criatura que fala lá na frente, mas na maioria das vezes, eles também estão de
saco cheio daquilo tudo. Mas vamos por partes.
Primeiro, porque eu acho que os alunos
merecem ser inundados por tudo isso.
Uma coisa que me irrita
profundamente é a cara deles frente ao palestrante. É incrível como se
tornam passivos. E quando há oportunidade de tirar alguma dúvida durante a “sessão
de perguntas”, levantam a mão e falam “dê dicas pra gente sobre o mercado de
trabalho”. Esses jovens evitam perguntar algo que possa vir a contrariar.
A maioria dos dignos freqüentadores de ‘Semanas de whatever’ vão lá por causa das horas atividades que ganham. Tudo bem, esse também é o meu ponto fraco. Mas avalie: já não começa errado aí? A intenção já é baseada no #SiDeiBem.
Outra questão intrigante, é que o
convidado a disseminar seu vasto ou nem tão vasto conhecimento, nunca diz nada
de novo. É impressionante que, pra descobrir algo interessante, temos que
procurar fora dos bancos das Universidades. E quando finalmente alguém se
propõe a nos ‘visitar’, não apresentam nada que nos segure nas carteiras.
A Giovana do LADO B fica com elevação
sanguínea no globo ocular sangue nos zói quando presencia uma coisa nesse
modelo. Certa vez eu tive uma dúvida numa palestra de alguma edição passada e fiz
um questionamento. O cara não respondeu (ah Cássio Politi, fiquei na vontade) e
eu o questionei por mais duas vezes. Logo a situação se assemelhava a uma
conversa pública. Mas eu não me contentei com uma resposta, permanecia com
dúvidas e não queria levá-las pra passear no corredor. Eu tenho muita ânsia de
entrevistar a pessoa, eu preciso de consistência. Nunca me contentaria com uma
resposta de uma linha ou uma frase. Meu texto tem que ser grande. Se você
chegou até aqui, vai concordar.
E eu acabo saindo dessas Sessões de
palestras da mesma maneira que entrei. Com um pouco mais de sono, na verdade.
Mas avaliando por um lado otimista, acredito que eles acabam cumprindo com o
seu maior dever: manter-me indignada. Acho que essa é a única função que todos
deveriam aperfeiçoar. A engrenagem andaria melhor e para o lado certo.
O pior de faltar essa semana é perder
o contexto das piadas internas. Estas sim valem o investimento financeiro.
Bom, falei toda essa bobagem só
pra dizer que não vou esse ano na Semana de Comunicação. Eu ainda prefiro as
Jornadas. E Jornadas de Comunicação não rendem posts, rendem livros.
@gi_cabral é do-contra e pretende deixar essa vida quando for surpreendida positivamente.
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terça-feira, maio 08, 2012



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