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terça-feira, 8 de maio de 2012


Sempre fico muito receosa mentira nessa época do ano. É o mês em que, costumeiramente, ocorre a Semana de Comunicação da Faculdade em que tento me formar.
                                                        Não tem biscoito!
Pra quem estuda lá, não cabe estranheza nesse início de parágrafo. Já quem é de fora deve olhar e pensar que não gosto muito de interação. Hey, vocês estão errados. Na realidade eu não gosto muito quando só um lado pode se manifestar. É difícil conviver com uma interação de mão única.
Semana de comunicação pra mim é uma galhofada. Tenho muitas chances de ser apedrejada por essa declaração, mas veja bem: o “esquema tático” de organização nunca é a favor do estudante. E na verdade, depois de passar por algumas, acredito que muitos alunos mereçam esse suco de laranjada mecânica garganta abaixo.
Quando integro a platéia desse tipo de evento, a única coisa que passa pela minha cabeça é que me instalei no lugar errado. Tenho um sério problema com palestras and palestrantes. Vocês já devem estar cansados de me ouvir falar isso, e o pior, me ouvir falar disso DURANTE as palestras.
            Mas eu tenho desconfiometro. Acho que não chego a atrapalhar fulminantemente a intenção se alguém em acompanhar a criatura que fala lá na frente, mas na maioria das vezes, eles também estão de saco cheio daquilo tudo. Mas vamos por partes.
    Primeiro, porque eu acho que os alunos merecem ser inundados por tudo isso.
Uma coisa que me irrita profundamente é a cara deles frente ao palestrante. É incrível como se tornam passivos. E quando há oportunidade de tirar alguma dúvida durante a “sessão de perguntas”, levantam a mão e falam “dê dicas pra gente sobre o mercado de trabalho”. Esses jovens evitam perguntar algo que possa vir a contrariar.
A maioria dos dignos freqüentadores de ‘Semanas de whatever’ vão lá por causa das horas atividades que ganham. Tudo bem, esse também é o meu ponto fraco. Mas avalie: já não começa errado aí? A intenção já é baseada no #SiDeiBem.
Outra questão intrigante, é que o convidado a disseminar seu vasto ou nem tão vasto conhecimento, nunca diz nada de novo. É impressionante que, pra descobrir algo interessante, temos que procurar fora dos bancos das Universidades. E quando finalmente alguém se propõe a nos ‘visitar’, não apresentam nada que nos segure nas carteiras.
A Giovana do LADO B fica com elevação sanguínea no globo ocular sangue nos zói quando presencia uma coisa nesse modelo. Certa vez eu tive uma dúvida numa palestra de alguma edição passada e fiz um questionamento. O cara não respondeu (ah Cássio Politi, fiquei na vontade) e eu o questionei por mais duas vezes. Logo a situação se assemelhava a uma conversa pública. Mas eu não me contentei com uma resposta, permanecia com dúvidas e não queria levá-las pra passear no corredor. Eu tenho muita ânsia de entrevistar a pessoa, eu preciso de consistência. Nunca me contentaria com uma resposta de uma linha ou uma frase. Meu texto tem que ser grande. Se você chegou até aqui, vai concordar.
E eu acabo saindo dessas Sessões de palestras da mesma maneira que entrei. Com um pouco mais de sono, na verdade. Mas avaliando por um lado otimista, acredito que eles acabam cumprindo com o seu maior dever: manter-me indignada. Acho que essa é a única função que todos deveriam aperfeiçoar. A engrenagem andaria melhor e para o lado certo.
O pior de faltar essa semana é perder o contexto das piadas internas. Estas sim valem o investimento financeiro. Bom, falei toda essa bobagem só pra dizer que não vou esse ano na Semana de Comunicação. Eu ainda prefiro as Jornadas. E Jornadas de Comunicação não rendem posts, rendem livros.

@gi_cabral é do-contra e pretende deixar essa vida quando for surpreendida positivamente.

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