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terça-feira, 13 de março de 2012


Como muitos de vocês sabem, sou dessas pessoas que desde que aprendeu a escrever não quer fazer outra coisa na vida. Essa aptidão me rendeu uma carreira: a de letrista de funk de sucesso a de jornalista.

Mas de acordo com a música memetizada que não me deixa mentir: "Jornalismo não é tão simples quanto pensa". Se você é um dos que acredita que a queda da exigência da formação fomentou a atuação sem freios é ai que você se engana. Não sou contra a exigência ou a falta dela. Na minha opinião, se você tem talento para ser jornalista a faculdade não vai te corromper. Agora, se você não tem isso correndo nas veias, meu amigo, quatro anos não vão te transformar em absolutamente nada. Mas pense bem, se não está fácil para quem está no mercado, imagina para quem vai se arriscar sem saber como esse mercado realmente é?
Voltemos. Hoje eu não vim me declarar para o jornalismo. Já existem muitos calouros que falam de amor pela profissão, paixão, devoção...essas coisas de jovens. O que eu queria dividir com vocês é a dificuldade em se identificar algo que seja interessante.
Vocês acham mesmo que aquele texto que prende sua atenção por sagrados três minutos é fruto de iluminação divina? Bem, em alguns casos até pode parecer que sim mas há também uma preparação que poucos se dão conta.
Numa dessas trombadas de corredor, me peguei conversando com um professor que sempre diz que o jornalista não pode se regrar apenas pelo LEAD , ou seja,  contentar-se com as respostas tradicionais de começo de parágrafo: o que aconteceu? Quem são os envolvidos? Quando foi? Onde ocorreu o fato?  Como foi e por que ocorreu?
Segundo ele, o jornalista tem que olhar as perguntas acima e se questionar "Isso aconteceu mesmo? E daí? O que muda na vida do cidadão?". Até certo ponto eu concordo com essa proposta, mas tenho minha definição particular para  a temática. 
Quando recebo uma informação, respondo as perguntas tradicionais e me questiono sobre o "e daí". Posto isso, avalio novamente  e busco aquele detalhe que vai me fazer olhar melhor e dizer em seguida: Mah vá! Essa expressão é que vai me surpreender, apontando o inusitado. 
O "Mah vá" é aquele velho "é nada?" que sempre cobra, mesmo que involuntariamente, uma explicação que convença com propriedade. Estes dois aliados do LEAD podem despertar em você não só o questionamento fundamental ( e daí?), como também a  vontade de querer saber mais detalhes (Mah vá).
Deu pra entender? Fiquei pensando nisso porque ando vendo muita coisa desinteressante e tenho medo de ser inundada com toda essa parafernalha. Fazer com que o inusitado apareça é o caminho para destacar-se em meio as informações superficiais, que tornam qualquer notícia importante um mero amontoado de linhas desprezadas.
Coisas surpreendentes estão em falta, inclusive na esfera jornalistica. E daí que está faltando? É nosso dever enquanto comunicadores contribuir para a melhoria desse quadro. É mesmo? Mah vá!
@gi_cabral é aspirante a jornalista e inventa métodos estranhos para aprender novas lições.

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