Open top menu
quarta-feira, 28 de março de 2012

Quando aquele singelo escritor disse que “viver é desenhar sem borracha”, mal sabia ele que a vida o tinha presenteado com o poder de ser apontador.
A teoria desse autor era simplesmente ser e estar sem a obrigatoriedade de ser verbo. A vivência lhes deu a conjuntura e o amor pelo saber desenvolveu ainda mais o senso crítico. Inteligência? Seria muita redundância para ele. Passou de ser humano comum, para escritor, conselheiro, mestre e enfim guru. Ele, na altura de sua sapiência sempre colocava hipoteticamente falando a mão no nosso ombro e dizia “escolha melhor da próxima vez”. E a lição era aprendida.
E a transição que deu a ele tal titulação, foi escrita sem borracha pra salvamento. No melhor estilo, sabia escrever sobre qualquer assunto e dizer “não entendeu? Quer que eu desenhe?” e assim o fez. Desenhou como ninguém uma vida que muitos não conseguem nem acompanhar, quem dirá fazer sozinho.
Muitos de nós discípulos fomos indiretamente presenteados. Ele nos deu a palavra? Não! Ele nos deu o lápis nas mãos para que rabiscássemos nossa própria versão da história. E a cada vacilo de pensamento ele voltava e nos apontava, com as mensagens criativas de todas as manhãs, sempre nos convidando a visitar seu saite. Foi o internauta mais presente dessa diversidade digital.
E no dia 28 de março de 2012, eu aguardei como sempre o bom dia do guru. Só que dessa vez ela não foi postada. Ao invés da rotineira apresentação, um amontoado de frases dele começou a invadir a tela e o nome do Guru foi abrigado nos Trending Topics do microblogging Twitter. Será que notaram essa ausência e o estão questionando?
Mas não era isso...
        Chego ao final desse texto só para registrar que a partir de hoje, já munida da visão crítica que ele ajudou a moldar em mim, tentarei avaliar os acontecimentos terrenos da maneira que ele avaliaria. Avaliação esta que estava calejada das arbitrariedades do mundo. Ele não era mestre, ele sempre será. Daqueles mestres que ao invés de amarrar nossos braços, apontam nossos lápis para continuarmos identificando o que consideramos de origem duvidosa. Identificando e modificando a história que por ora vai ficando sem a magia e aquarela dele.

@gi_cabral é dessas que tem mestre e os reconhece.

0 comentários

Seguidores