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sexta-feira, 7 de novembro de 2014





Hoje eu tive uma experiência de quase morte.
Todos nós temos isso pelo menos uma vez ao dia, porque todo dia um fio de vida da gente se quebra. Seja por estresse ou qualquer outro motivo aparente, mas na mesma proporção acabamos por ganhar algum tipo de segurança. A experiência (ou a necessidade de tê-la) é que não deixa a gente morrer antes da hora.
E não adianta desejar uma outra vida que não seja a sua. Quando a sanidade lhe é recobrada, você percebe que quanto mais conhece as pessoas mais se dá conta de que a sua vida é a única que realmente você poderia ter.
Mas dessa parcela nossa que se vai a cada hora que passa, nada é realmente perdido. Fica o sopro na memória, fica o jeito que a gente aprende a lidar com as coisas que antes não conhecíamos, fica o conselho do inconsciente para dizer que há um equilíbrio para lidar com o racional e o inconstante emocional.
A verdade é que ninguém está imune ao duro trajeto que aguarda nossos pés. Quem desiste de andar é que não aprende nada. É chutando pedra no caminho e avermelhando os olhos com a poeira é que acabamos por descobrir que o lacrimejar nem sempre é sinônimo de desistência. 

"Mas a gente nem sabe se vai sobreviver." E morremos um pouco na esperança.
"Mas eu nem quero ter que tentar." E estragamos as possibilidades.
"Nem sei se eu quero essa vida." E esvaímos nossa já rala vitalidade.
"Eu nem sei se isso está realmente certo." E matamos aí o resultado positivo.

E apesar do resultado iminente, temos que fazer dar certo antes mesmo de anoitecer, antes de amanhecer novamente no horizonte ou de cair o entardecer sobre nossas cabeças.
E, principalmente, antes de perdermos a chance de morrer aos poucos diariamente ao invés de morrer uma vez em definitivo. É por isso que existem dons, um deles é a interpretação. Morrer e interpretar fazem parte da respiração.

E aconteceu de novo. Vai acontecer novamente amanhã.
Hoje meu dia morreu, mas com ele eu acabei ganhando uma sensação parcial de eternidade.

@gi_cabral raramente morre, constantemente renasce.
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