A foto está desfocada mas o ideal nunca estará.
Sem nenhum pudor que possivelmente me prenderia a racional imparcialidade, volto a este blog para comentar tietar a passagem de Gilberto Dimenstein pelo palco Social Mídia da Campus Party 2012. O jornalista e ídolo de aspirantes compareceu a Arena Anhembi para, ao lado de Rosana Hermann, Mona Dorf e Beto Pandiani falar sobre a “Cultura da felicidade na internet”.
Felicidade não tem uma definição (assim como a maioria dos temas). Acredito que a discussão esteve voltada para o que as pessoas buscam nas redes sociais e ainda mais, verificar o que elas oferecem nesse meio.
Vou iniciar falando sobre um dos presentes. Beto Pandiani mostrou-se bastante desacreditado da existência da felicidade, não só online na vida offline também. Apesar de externar uma experiência de reencontro familiar advinda de comunicação digital, ele ainda não encontrou de fato a felicidade da vida. Fiquei, cá com meus botões, tentando pensar como ele: um cidadão que consegue encontrar familiares em outro país através de recursos multimídia não sabe o que é felicidade? Talvez fosse possível apenas estar alegre com uma situação dessas pois, sendo extremista, imagino que ele não queria encontrar essas pessoas. A vida lhe proporcionou algo que ele não pode escolher. E não é como uma publicação que a gente oculta, um tweet que a gente apaga ou uma conversa que enviamos pra lixeira: é a vida real se materializando na sua frente, te pegando mesmo quando não é possível bloquear o acesso. Ele disse que “presta muita atenção no que sente” e apesar de acreditar que ele esteve alegre com sua experiência de vida, há muito o que descobrir sobre sentimentos compartilhados com outras pessoas. A vida não se faz sozinho, por isso a existência dos recursos (uma infinidade deles).
Porque estamos falando do Pandiani mesmo? Voltemos ao que inspirou essa postagem.
GilbertoDimenstein, o jornalista morador da Vila Madalena já me proporcionou um momento de felicidade sem tamanho. Repórter de Brasília na década de 70/80 decidiu escrever um livro que narrava o cotidiano da vida política da capital brasileira. O livro “Armadilhas do poder: bastidores da imprensa” integra a lista tão temida da professora Lêda Márcia Litholdo do curso de Comunicação Social da Unoeste (Faculdade esta em que tento me formar). Logo no primeiro semestre ela me recomendou a leitura deste livro. E foi justamente essa leitura que desencadeou meu primeiro estágio num veículo diário para acompanhar a vida política da minha cidade. O livro me deu visão, o estágio me deu ritmo.
A felicidade, como a Professora Lêda diz “quase orgasmática”, me mantém na profissão. Certamente ainda terei muitos anos pra desfrutar do chamado Jornalismo de jornalista. Isso é felicidade. Um furo de reportagem é alegria. Felicidade é carreira, é caneta na mão e idéias fervilhando.
Bom, foi muito pessoal esse post, pensei inúmeras vezes em não publicar. Mas Dimenstein estava comigo, achei importante dividir.
“Tem um perigo nessa coisa chamada comunicação” disse Dimenstein durante a palestra. E se existe um perigo é ele que deve nos manter em frente.
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